QUASE A SÓS

QUANDO ELEGESTE O OBJETIVO da renovação moral, crescendo para a Vida e libertando-te das paixões inferiores te deste conta de que essa marcha é quase solitária.
Dificilmente encontrarás quem te compreenda o esforço, que se transforma quase em sacrifício.
Aqueles que se te acercam, sensibilizados pelo teu empenho e pelas primeiras conquistas realizadas, ficam deslumbrados, olvidando-se de ti como pessoa e logo passam a exigências descabidas, transferindo para o teu campo de ação, os compromissos a que se omitem ou que não querem atender.
Não percebem o teu cansaço, quase ao limite da exaustão, nem se dão conta das tuas necessidades íntimas, que preferem interpretar a seu próprio modo.
Prometem auxiliar-te e, com vagar, passam a impor-te o que consideram bom, não observando que o teu discernimento sabe eleger o que te é melhor.
São almas gentis, sem dúvida, no entanto, caprichosas, imaturas, que estão aferradas aos interesses da projeção terrestre de que te queres libertar.
Necessário que não titubeies ante as suas imposições, que te poderiam desviar da rota escolhida.
Já deves saber o que te é melhor, mais importante, e como desincumbir-te da empresa evolutiva.
Prossegue, portanto, com os teus planos, pensando no Alto e sintonizando com Deus.
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No terrível dia de Jerusalém - o da Crucificação - a cidade estava repleta de visitantes e residentes, no entanto, Jesus, que sempre estivera cercado pelas multidões, naquela ocasião se encontrava quase a sós... O Pai O conduzia, mas no plano humano, a cruz era somente dEle...
Dias antes, os amigos aguardavam que Ele disputasse o lugar transitório da governança nacional, após a entrada triunfal na urbe famosa. Outros acalentavam o anseio de que Ele, dominando o romano odiado que esmagava o povo, concedesse-lhes oportunidades de glórias políticas... Muitos, que ora O anatematizavam, reconheciam-Lhe a grandeza, que se lhes não submetera aos caprichos e, por isso mesmo, desprezavam-nO, revoltados com a Sua franqueza... Diversos haviam esperado que, no momento do ultraje, Ele reagisse, e como isso não ocorrera, abandonaram-nO...
Ele, porém, que sempre esteve quase a sós, acostumara-se com o rebanho inconseqüente, desatento, não guardando qualquer ressentimento.
Permaneceu incorruptível até o fim, como lição viva de coragem e de entrega total.
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Caminharás, por tua vez, desde que aceitaste o desafio da evolução, quase sempre a sós... Talvez, aplaudido por uns e detestado por outros.
Comentada, a tua vida será motivo para ser imitada e móvel de sarcasmo.
Considerados estranhos os teus hábitos, desejarão submeter-te aos seus ditames e costumes, para te corrigir, mas, em verdade, estarão brilhando na luz que pensam a eles pertencer.
Tem paciência com eles, os teus amigos caprichosos e difíceis.
De certo modo, não é fácil a convivência contigo, porque os teus são ideais diferentes daqueles que caracterizam a maioria. As tuas são atividades mais profundas e mais desgastantes que as dos outros, que não habituados a elas, não podem avaliar.
... Mas canta, em qualquer conjuntura, a alegria de viver, de estar com eles, os teus irmãos na marcha ascensional, estimulando-os ao avanço, mesmo quando desejes o silêncio, a quietude, a meditação, a lágrima, e eles te exijam palavras, presença, animação...
Ergue-os e ergue-te, por tua vez - embora quase a sós - aos Cimos da Vida, que te aguardam, após vencida a presente etapa de esforço e sacrifício com o pensamento em Jesus.
Joanna de Ângelis
 (Página do livro NO RUMO DA FELICIDADE, psicografado pelo médium Divaldo Franco: EBM editora.)