RELÓGIO-Tony Gifs Javas

02/07/2010

Viver com alegria é uma decisão

Ruth chegou para sua sessão de hidromassagem. No vestiário, enquanto se preparava, ouviu uma voz que vinha do outro lado do armário.

Era uma voz forte, animada, cheia de vida. Exatamente como a manhã que começava.

A voz firme dizia: Dolores, gostei muito do livro que você pegou para mim, na semana passada. Sei que a biblioteca fica fora do seu caminho. Não consegui parar de ler.

Era impossível deixar de ouvir a voz que, após um breve silêncio, continuou: Você já viu um dia tão esplêndido como este? Vi um par de cotovias enquanto caminhava esta manhã. Isso nos traz alegria de viver, não é mesmo?

Ruth começou a pensar quem seria a dona daquela voz. Parecia ser portadora de um certo requinte.

Para ser tão agradecida àquela hora da manhã, devia ser uma mulher muito rica.

Ruth pensou que ela também se sentiria feliz se não tivesse nada mais para fazer na vida do que ler, nadar e passear. Se pudesse se erguer pela manhã e fazer sua caminhada sossegada, sem ter que ficar de olho no relógio apontando o horário do expediente.

Ela também ficaria feliz se tivesse uma casa no campo, onde pudesse ir nos finais de semana ou a qualquer dia da semana, porque não tivesse nada mais a fazer do que se divertir e descansar.

Tomar uma xícara de chá ao final do dia, convidar amigas para um lanche. Quem não poderia ser feliz assim? Então, contornou o armário e ficou frente a frente com a dona daquela voz alegre e jovem.

Ela estava arrumando seus apetrechos. Usava um uniforme amarelo e devia ter uns 50 anos. Ruth conhecia aquele uniforme. Sempre estava acompanhado de esfregões, vassouras, espanadores de pó e baldes.

A dona da voz era uma empregada do local. Ela olhou para Ruth, sorriu, apanhou sua sacola de plástico e caminhou em direção à porta.

Voltou-se e disse, alegre: Tenha um glorioso dia!

Ruth foi para a piscina. Enquanto afundava o corpo na espuma, pôde ouvir dois homens que conversavam na piscina ao lado.

Um deles trazia uma voz cansada e triste. Falava das dores nos joelhos, das noites sem dormir e dias repletos de mal-estares.

Tudo estava ruim. A água estava quente demais, os jatos d´água não eram suficientemente fortes para suas juntas endurecidas, os médicos tinham demorado muito para diagnosticar seu mal.

Parecia um homem velho, mas não devia ter mais de 50 anos. Com a mão enfeitada por um anel de brilhantes, ele retirou a espuma do rosto.

Analisando uma e outra situação, o uniforme amarelo e o anel de brilhantes, Ruth ficou a pensar.

Naquela manhã, ela vira contentamento e descontentamento. E aprendeu que a alegria de viver é apanágio de quem olha a vida com olhos de ver.

* * *

A cada dia, Deus prepara um cenário maravilhoso para todos os Seus filhos.

O que precisamos ter somente é olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Porque para viver com alegria só há um segredo: viver em plenitude, usufruindo cada minuto, cada paisagem, cada acontecimento como único, especial.

Viver com alegria é, enfim, uma decisão pessoal.
 

Autor:
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Contentamento é..., de Ruth Senter, do livro Histórias para o coração, v. 1, de Alice Gray, ed. United Press.

O potencial de cada um

Conta-se que, certa vez, os animais de uma floresta que estava sendo devastada pelos homens se reuniram para discutir os seus problemas.

Decidiram, após amplos debates, que a coisa mais importante a fazer seria criar uma escola.

Organizaram um currículo que objetivava desenvolver as habilidades de voar, saltar, nadar, correr e escalar. Todas consideradas necessárias e importantes para quem vive em uma floresta.

No entanto, apesar de terem utilizado métodos muito avançados, o desempenho dos alunos não foi dos melhores e a maioria conseguiu apresentar rendimento satisfatório em apenas uma ou duas habilidades.

O pato foi excelente em natação mas apenas razoável em voos e péssimo em corridas.

Para melhorar em corrida treinou tanto que gastou suas patas e não conseguiu nadar como antes, baixando seu aproveitamento em natação.

O coelho, que vinha se destacando em corrida, desde o início do curso, acabou sofrendo um colapso de tanto se esforçar para melhorar em natação.

A capivara, que nadava e corria muito bem, acabou se esborrachando ao tentar voar. O susto foi tão grande que ela ficou traumatizada e não conseguiu mais nem correr, nem nadar.

Os pássaros, por sua vez, protestaram, desde a criação da escola, porque a habilidade de cantar não estava incluída no currículo.

Para eles, o canto era de importância fundamental para a qualidade de vida na floresta.

Quando o currículo todo foi dado, o único animal que concluiu o curso e fez o discurso de formatura foi a enguia.

Não que ela tivesse maiores habilidades. Em verdade, ela não se esmerara em nada e conseguira fazer um pouco de todas as matérias mais ou menos pela metade.

* * *

Com certeza, ao imaginarmos uma capivara tentando voar ou um coelho se dedicando à natação, rimos da história.

Mas, se olharmos ao nosso redor, vamos nos dar conta de que, por vezes, agimos exatamente como os animais da escola da floresta.

É quando tentamos considerar todas as pessoas iguais, destruindo o potencial da criatura de ser ela mesma.

Assim é quando, na posição de pais, insistimos com nosso filho para que siga determinada profissão.

Ele adora dançar mas nós lhe dizemos que isso não lhe conferirá uma carreira de sucesso e insistimos para que abrace a profissão que toda a família segue.

Até mesmo porque ele deve dar continuidade à tradição ou assumir o negócio da família, logo mais.

Por isso é que algumas empresas de tradição, em determinado momento, passando a ser administradas por quem não tem potencial nem vontade para o tipo de negócio, acabam por desaparecer.

Ou então, a pessoa desenvolve as habilidades que lhe são exigidas, mas nunca será um profissional de qualidade. Isso porque não ama o que faz.

E se transformará em uma criatura frustrada, infeliz, sempre reclamando de tudo e de todos.

Pensemos nisso e passemos a valorizar mais a habilidade e o potencial de cada um.

Lembremos que a natureza é tão exuberante exatamente pelas diferenças que apresenta nos reinos mineral, vegetal, animal onde cada um é especial e desempenha, na Terra, a missão que o Divino Criador lhe confiou.
 

Autor:
Redação do Momento Espírita, com base na fábula Para gente de escola, de George H. Reavis, traduzida por Terezinha Gomes Lankenau, disponível no site www.metaforas.com.br e no artigo A escola animal, disponível no site http://www.palavrasdeosho.com/.

Eduque as Emoções

Livro: Para Uso Diário
Joanes & J. Raul Teixeira

Cada momento da vida guarda lições e aprendizados muito especiais.

No trabalho da educação da mente, reside uma grande dificuldade para a maioria das pessoas.

Quando você esteja à frente alguém que lhe é apresentado, ou alguém que esteja vendo por primeira vez, é comum a excitação das conjecturas.

Há momentos em que você é tomado por grandes simpatias, à primeira vista, entregando-se, totalmente, ao “amigo” novo.

Em nome do bom senso, será recomendável que você trate a todos com fraternidade, deixando, porém, a maior abertura do coração para depois do devido entrosamento, do necessário conhecimento recíproco, o que a convivência cuidadosa permite.

Assim agindo, trabalhará com simpatia, sem se queixar de frustrações ou decepções, decorrentes do estouvamento e invigilância tão comuns em muitas almas.

Há circunstâncias, porém, nas quais você marca o novo conhecido por tremenda antipatia, prevendo ou prejulgando-lhe o caráter, fazendo-se enormemente fechado, frio e antipático, cerrando qualquer chance de maior aproximação do outro.

Não há nenhuma necessidade de tanta friagem emocional.

Pode-se ter cuidados e manter cautelas com gestos fraternos, com espírito de cooperação, devidamente eqüidistante dos arroubos entusiásticos e das posições de gelo.

Evite tachar as pessoas, antes de as conhecer eminentemente.

Como é perfeitamente natural que você tenha o seu parecer inicial sobre qualquer pessoa, e isso é inevitável, pelo menos reserve espaço para mudar de opinião e de postura, na medida do maior contato, para que não peque por excesso ou por falta, guardando-se em clara maturidade emocional.

Nunca suponha que estará deixando de ser bom cristão se tiver cautelas emocionais. Não, não é assim.

O mundo está repleto de crimes perpetrados na hora do acordamento de muita gente.

“Descobri que fulano não era quem eu pensava”.

Mas, era você que pensava, e não o fulano que afirmou ser o que você pensava...

“Sofri decepção com beltrano”.

Com beltrano não é bem o caso. A decepção foi consigo mesmo que fez um juízo muito avantajado do outro, sem considerar que o outro é igualmente falível, porque é gente.

Eduque as suas emoções relativamente ao contato humano. Você só terá a crescer, aprendendo a descobrir as suas reais afinidades d’alma, identificando aqueles que não lhe sejam tão amistosos, conseguindo, não obstante, conviver e ser útil a todos.

Meditação: Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. (Cap. XVII, item 3, nono parágrafo – ESE

TENHAMOS FÉ

“...vou preparar-vos lugar.”  - Jesus. (João, 14:2)

Sabia o Mestre que, até à construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, “sem lugar” adequado aos sublimes ideais que entesouram.
Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido:
Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos.
Se exercita a humildade, é tido à conta de covarde.
Se adota a vida simples, é acusado pelo delito de relaxamento.
Se busca ser bondoso, é categorizado por tolo.
Se administra dignamente, é julgado orgulhoso.
Se obedece quanto é justo, é considerado servil.
Se usa a tolerância, é visto por incompetente.
Se mobiliza a energia, é conhecido por cruel.
Se trabalha, devotado, é interpretado por vaidoso.
Se procura melhorar-se, assumindo responsabilidade no esforço intensivo das boas obras ou das preleções consoladoras, é indicado por fingido.
Se tenta ajudar ao próximo, abeirando-se da multidão, com os seus gestos de bondade espontânea, muitas vezes é tachado de personalista e oportunista, atento aos interesses próprios.
Apesar de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo, em nome do Senhor.
Reconhecendo que o domicílio de seus seguidores não se ergue sobre o chão do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta.
Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores provisoriamente distanciados do verdadeiro lar.
“Há muitas moradas na Casa do Pai.”
E o Cristo segue servindo, adiante de nós.
Tenhamos fé.
EMMANUEL
(Página psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier do livro Fonte Viva, ed. FEB)